terça-feira, 14 de outubro de 2008

Instrumentos Musicais Indianos

Os instrumentos musicais da Índia (intitulados vádyás) são divididos em quatro categorias:

1 - Tat vádya - instrumentos de corda: São aqueles instrumentos que produzem som através de vibrações das cordas.

Estes instrumentos são divididos em outras duas categorias:

a) Tat vádya - Aqueles que são tocados com dedos, unhas ou mijráb. Por exemplo: Sitar, Sarod, Tánpúrá, entre outros.

b) Atat vádya - Aqueles que são tocados com arco. Por exemplo: Sarangi.

2 - Sushir vádya - instrumentos de sopro: Aqueles que produzem som através de sopro ou pressão do ar. Por exemplo: flauta, harmonium, shehnai, bín.

3 - Avanaddha Vádya - são os instrumentos de percussão que são revestidos de pele de animais como carneiro, crocodilo, veado, cobra. Por exemplo: mridang ou pakhávaj, tabla, dholak, dafali, khanjari, nagádá, damaroo, dhol.

4 - Ghan vádya - Aqueles que produzem som através de batidas. Por exemplo: manjirá, jhánjh, kartál, ghantá tarang. Desde os tempos remotos os instrumentos musicais e técnicas vocais passaram por uma evolução a partir de uma grande influência dos grandes músicos e mestres, tendo uma contribuição valiosa do povo. A música Indiana desde sempre que estabelece relação com a religião e principalmente nos sentimentos do povo, contudo não ficou considerado como uma disciplina acadêmica, porém como devoção e filosofia da vida. Por esta razão a música evoluiu ininterruptamente. Considerando-se a música como o âmago do indivíduo, as invasões culturais estrangeiras não obstruíram o caminho da evolução da música clássica.

A seguir apresento uma breve descrição e imagens dos instrumentos musicais mais importantes e mais utilizados:

Sitar - Foi inventado pelo músico Hazrat Ameer Khusaro no século XIII pelo nome de Sehtar. O Ravi Shankar foi o pioneiro dos tempos modernos para sua popularização no mundo ocidental. O corpo principal da sitar é feito de madeira, contudo a cabaça principal, a toomba é feita de abóbora. A abóbora actua como um ressoador ou como uma caixa de som. É composta de sete cordas principais e 11 cordas que vibram por simpatia. Os trastos numa sitar são curvos, uma brilhante inovação que ajuda o artista a tocar escalas diferentes e a variar a altura de som à medida que toca o instrumento, puxando as cordas dos lados. A amplitude da altura de som é de 3 ou mais oitavas. Na verdade a origem da sitar remonta ao Irão. Costumava ser chamada "setar" que quer dizer 3 cordas. Contudo a sitar moderna, tal como conhecemos, desenvolveu-se na Índia no século XVIII, é um derivado do Veená.


Sarod - É um instrumento de 9 cordas principais e 15 de ressonância cuja parte inferior é coberta de pele e a superior de metal.


Tánpúrá - Este derivado de Veená, é o instrumento de cordas mais popular da Índia para acompanhamento vocal e instrumental. O tánpurá também é usado nas orações e meditações. A ressonância dele manifesta a sagrada divina harmonia do cosmo nos vários níveis de realidade. A repetição padronizada das certas notas desperta o senso de harmonia para o músico e ouvinte - um tipo de mantra instrumental.


Sarangi - É um derivado de Rávanástram que originou também o violino. Tocado por um arco de fios de cabelos, embaixo das cordas contém uma fina camada de pele que produz ressonância. Instrumentos semelhantes são usados por várias tribos na Índia.


Flauta - O instrumento mais antigo dos Sushir vádyás. Ela é mundialmente conhecida nas suas diversas formas, e na Índia seu formato mais popular de bambu está associado com a imagem do Deus Krishna.


Harmonium - O harmónio pertence à família dos instrumentos de sopro. O harmónio trabalha basicamente com uma caixa de madeira em que o ar é insuflado com o auxílio de foles. É um dos instrumentos mais populares nos tempos actuais para o acompanhamento vocal. Também um dos mais fáceis de ser tocado. Usando quase todas as escolas da música, por facilitar aos principiantes a noção de música clássica e popular. Existem vários modelos, por exemplo: simples, tipo maleta (pequeno), Scale changer (troca de escalas), tipo órgão.


Shehnai - Instrumento de sopro, muito popular. Usado nas músicas folclóricas, urbanas e inclusiva nos concertos como instrumento solo.


Bín ou Pungi - É um instrumento feito de abóbora e dois tubos de bambu, este instrumento curioso é usado para hipnotizar as cobras e, principalmente, najas.


Mridang ou Pakhawaj - Este instrumento é muito antigo sendo o derivado mais próximo do Damaroo do Shiva. No norte da Índia é chamado de Pakhávaj e no sul de Mridang e difere um pouco a posição para sentar também. Na era vedica ele era chamado de Pushkar.


Tabla - O músico Hazrat Ameer Khusaro no século XIII inventou este instrumento dividindo o Mridang ou Pakhávaj em duas partes. É o mais popular instrumento de percussão de toda a Índia. É constituída por dois tambores chamados tabla (dayan) e dagga (bayan) respectivamente. O tambor agudo (tabla ou dayan) é geralmente feito de madeira e o topo é coberto com uma pele esticada. Para produzir o som agudo próprio da tabla, o artesão tem que fazer uma mistura forte no centro da tabla (shahi). A pele é colocada à volta da estrutura de madeira com a ajuda de cordas de cabedal (wadi) e blocos redondos de madeira (gatta). A afinação é feita com a ajuda dum martelo que bate sobre os gatta para deixar a pele tensa ou lassa. O tambor do lado esquerdo (bayan) é constituído de cobre ou metal.


Manjirá - São dois pratos fundos de metal de todos tamanhos produzem som de notas diferentes. É um instrumento de percussão muito usado nas musicas devocionais.


Santoor - Instrumento de 108 cordas. Suas cordas são tocadas com varetas de madeira mole. Um instrumento de difícil domínio.

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